CARNAVAL BAIANO –
O palco para manifestações culturais têm espaço para todos os ritmos?
No cenário contemporâneo, o Carnaval baiano é considerado a maior festa de rua em âmbito mundial. Sob a trilha sonora composta por ritmos percussivos, que na década de 70, segundo Goli Guerreiro em “A trama dos tambores”, permaneciam “distantes do foco de análises mais abrangentes”, conglomerados de pessoas vivenciam o carnaval.
Ao mesmo tempo que se escuta o TUM TUM TUM dos tambores, pessoas pulam no bloco atrás do trio e outras catam lata na avenida, ao mesmo tempo que pessoas aproveitam o “conforto” dos camarotes, outros se espremem na pipoca para ver o trio passar, até porque “só não vai atrás do trio quem já morreu”.
É o sagrado e o profano de Moraes Moreira somado ao Protesto Olodum do Bloco Afro e ao Rebolation do Parangolé que, misturados nos circuitos do Carnaval de Salvador, compõem a festa não só do baiano, mas do brasileiro.
Grupos e cantores como Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Timbalada e Ivete Sangalo têm em seu repertório canções cuja melodias são fundamentadas nesses ritmos percussivos que desde os anos 90 “saem da cozinha para a sala de estar” permanecendo até o século XXI como base da festa popular.
Entretanto, em meio a essa manifestação afrocultural, o samba raiz (chula e samba de roda) possui pouco espaço no cenário carnavalesco da capital baiana. Júnior e Mendes (2008) afirmam em seu livro “Chula – Comportamento traduzido em canção”, que “há um consenso entre pesquisadores acadêmicos e também de estudiosos movidos apenas pela pretensão da satisfação de curiosidade pelo conhecimento, de que o samba é o gênero que reflete a maior autenticidade da alma brasileira.”
O ritmo que reflete a musicalidade nacional tem suas raízes históricas no século XVIII tendo início com a confluência de culturas, que por fatores políticos e econômicos, se encontraram no Recôncavo Baiano.
Nele os negros da senzala encontraram, como registra Júnior e Mendes (2008), “um consolo para suas dores (...) capaz de transformar dor, saudade, memória do passado, sonho, cotidiano árduo em verso, prosa e melodia (percussão)”, que quando incorporados os elementos de outras culturas (a viola portuguesa, o pandeiro árabe, a erudição de negros sudaneses, mas em compasso determinado pela africanidade) faz da chula “a tradução de um modo único de vida”.
Portanto, um ritmo dessa importância para a cultural brasileira é merecedor de espaço num dos maiores palcos de manifestações culturais do mundo.
Atualmente, cerca de 15 blocos no carnaval tem o samba como tema principal, entretanto, além de poucos tocarem o samba de roda e chula, eles não têm aparição midiática. Blocos como Alerta Geral, Vem Sambar, Reduto do Samba, Pagode Total, que possuem maior aparição na mídia, tem como atrações grupos de samba Partido Alto e Pagode carioca, com cantores e grupos como Dudu Nobre, Revelação, Exaltasamba como suas principais atrações. Mas o que não se pode esquecer é a representatividade do samba baiano nas vozes de Edil Pacheco e Nelson Rufino que ainda labutam pela valorização da cultura local.
O que se pretende aqui não é defender a exclusão de outros ritmos para dar lugar apenas ao samba baiano, mas mesclá-los sem deixar de preservar suas reais raízes e sem deixar de valorizar o que é da terra.
O palco para manifestações culturais têm espaço para todos os ritmos?
No cenário contemporâneo, o Carnaval baiano é considerado a maior festa de rua em âmbito mundial. Sob a trilha sonora composta por ritmos percussivos, que na década de 70, segundo Goli Guerreiro em “A trama dos tambores”, permaneciam “distantes do foco de análises mais abrangentes”, conglomerados de pessoas vivenciam o carnaval.
Ao mesmo tempo que se escuta o TUM TUM TUM dos tambores, pessoas pulam no bloco atrás do trio e outras catam lata na avenida, ao mesmo tempo que pessoas aproveitam o “conforto” dos camarotes, outros se espremem na pipoca para ver o trio passar, até porque “só não vai atrás do trio quem já morreu”.
É o sagrado e o profano de Moraes Moreira somado ao Protesto Olodum do Bloco Afro e ao Rebolation do Parangolé que, misturados nos circuitos do Carnaval de Salvador, compõem a festa não só do baiano, mas do brasileiro.
Grupos e cantores como Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Timbalada e Ivete Sangalo têm em seu repertório canções cuja melodias são fundamentadas nesses ritmos percussivos que desde os anos 90 “saem da cozinha para a sala de estar” permanecendo até o século XXI como base da festa popular.
Entretanto, em meio a essa manifestação afrocultural, o samba raiz (chula e samba de roda) possui pouco espaço no cenário carnavalesco da capital baiana. Júnior e Mendes (2008) afirmam em seu livro “Chula – Comportamento traduzido em canção”, que “há um consenso entre pesquisadores acadêmicos e também de estudiosos movidos apenas pela pretensão da satisfação de curiosidade pelo conhecimento, de que o samba é o gênero que reflete a maior autenticidade da alma brasileira.”
O ritmo que reflete a musicalidade nacional tem suas raízes históricas no século XVIII tendo início com a confluência de culturas, que por fatores políticos e econômicos, se encontraram no Recôncavo Baiano.
Nele os negros da senzala encontraram, como registra Júnior e Mendes (2008), “um consolo para suas dores (...) capaz de transformar dor, saudade, memória do passado, sonho, cotidiano árduo em verso, prosa e melodia (percussão)”, que quando incorporados os elementos de outras culturas (a viola portuguesa, o pandeiro árabe, a erudição de negros sudaneses, mas em compasso determinado pela africanidade) faz da chula “a tradução de um modo único de vida”.
Portanto, um ritmo dessa importância para a cultural brasileira é merecedor de espaço num dos maiores palcos de manifestações culturais do mundo.
Atualmente, cerca de 15 blocos no carnaval tem o samba como tema principal, entretanto, além de poucos tocarem o samba de roda e chula, eles não têm aparição midiática. Blocos como Alerta Geral, Vem Sambar, Reduto do Samba, Pagode Total, que possuem maior aparição na mídia, tem como atrações grupos de samba Partido Alto e Pagode carioca, com cantores e grupos como Dudu Nobre, Revelação, Exaltasamba como suas principais atrações. Mas o que não se pode esquecer é a representatividade do samba baiano nas vozes de Edil Pacheco e Nelson Rufino que ainda labutam pela valorização da cultura local.
O que se pretende aqui não é defender a exclusão de outros ritmos para dar lugar apenas ao samba baiano, mas mesclá-los sem deixar de preservar suas reais raízes e sem deixar de valorizar o que é da terra.