Enter Remmimx - Espetáculo de dança

Por Ilana Campos
ilanegona@hotmail.com

O espetáculo enter remmimx mistura diferentes linguagens artísticas, como o cinema e o teatro, para falar através da dança, sobre o homem na contemporaneidade e da forma como o corpo humano é utilizado atualmente. Por isso, vemos em diversas cenas, dramatizações que traduzem as relações humanas, com movimentos delicados e suaves e em outros momentos ásperos e agressivos, como são, de fato, as relações entre os seres humanos.

É um espetáculo marcadamente contemporâneo, o que lhe dá a liberdade de dialogar com variados estilos musicais, como o funk e a música africana. É possível identificar também que enter remmimx parte da realidade periférica, das comunidades espalhadas pelo país para falar de um assunto que envolve pessoas de qualquer lugar do mundo.

Já no começo do espetáculo, uma cena teatral mostra os bailarinos-personagens entretidos com seus aparelhos celulares e o som de diversos toques diferentes, o que denota uma tendência mundial: o magnetismo da tecnologia. Eles estão fascinados e chegam a ser ríspidos uns com os outros para “tomar posse” do bem em questão. É possível notar também que a quantidade e variedade de sons os deixam atordoados.

A iluminação é em alguns momentos cênica, e em outros faz a platéia se sentir em uma sala de cinema, onde a luz está voltada para as cenas reproduzidas na tela. Lutas entre insetos são exibidas e a platéia assiste a um duelo entre uma vespa e um escorpião. Este último ganha a luta e, de repente surge do meio da platéia um bailarino que reproduz os movimentos de um escorpião.

Ao chegar ao palco, o bailarino faz uma performance solo e, a todo momento, a luz evidencia seus movimentos. Na volta do palco, o bailarino retorna pela platéia como um escorpião.Para esta montagem exibida no festival VIVA DANÇA, a Cia Etnica de dança traz ao palco 7 bailarinos, dentre eles, apenas uma mulher, que também faz uma performance solo. Vários número são apresentados.

Em algumas vezes todos os bailarinos dançam-encenam, em outros momentos, trios, duplas ou um bailarino estrelam no palco.

Veja entrevista da coreógrafa do espetáculo Carmem Luz ao Viva Dança:

Super-Heróis bem animados

Por: Mariana Garcia

mari-b-garcia@hotmail.com

A dança em quadrinhos é um espetáculo com concepção e direção coreográfica de Leandro de Oliveira, o espetáculo pretende juntar a dança com os super-heróis dos quadrinhos inspirados em contos da mitologia de orixás. A dança em quadrinhos é vencedora do prêmio Funarte 2009.
No elenco são seis bailarinos, três mulheres e três homens, sendo cada um super- herói diferente ligado a algum elemento da natureza como terra e fogo por exemplo. A dança em quadrinhos é um espetáculo direcionado ao publico infanto-juvenil tendo grande aceitação também pelos adultos.
O espetáculo conta com vídeos com ilustração em quadrinhos feito por Daniel Cesar, que interagem os movimentos e os personagens denotando sinais de alerta. Os movimentos precisos e rápidos demonstram vários combates dos super heróis contra os vilões monstros e bandidos.
Passos de capoeira são evidenciados na coreografia a música mistura suspense e batidas africanas bem interessantes. Os bailarinos se apresentam em grupo e sozinhos mostrando cada elemento que representam e seus super poderes.
O figurino é bem colorido sendo mudado algumas vezes ao virarem bandidos, monstros e heróis. A linguagem do espetáculo é clara e encanta os jovens e as crianças que gostem e curtam o mundo das histórias em quadrinhos, há uma interação com a platéia no momento em que bandidos com pistolas de água invadem o palco esguichando água nas pessoas provocando bastante surpresa.O tema é a dança envolvendo os super heróis dos quadrinhos e a sua relação com as lendas africanas, há uma brincadeira entre ficção e realidade fazendo mostrar o que são hoje os bandidos e que as pessoas comuns muitas vezes se transformam em super-heróis para mudar a realidade da sociedade atual.

O Segredo dos seus olhos

Por Caroline G. Barbosa
carolinegbarbosa@msn.com

Surpreendente. Essa é a palavra que consegue chegar mais perto de descrever O Segredo dos Seus Olhos (El Segredo de Sus Ojos), em cartaz na Sala Vivo do Circuito Saladearte e no Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha , em Salvador.
Ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o filme dramático, mas que em alguns momentos é também, policial e engraçado, consegue envolver o expectador sem esforço e sem oscilações em sua “temperatura”, através de uma história que entre o presente e o passado, revela-se emocionante.
Inspirado no livro A pergunta dos seus olhos (La pregunta de sus ojos), de Eduardo Sacheri, o filme conta a história de um perito criminal argentino que, após se aposentar, resolve contar através de um livro, um dos casos que mais lhe marcaram a carreira no Tribunal Penal de Buenos Aires.
Entretanto, ao iniciar seu relato, relembra diversos assuntos de cunho mais íntimo, assim como também, relembra diversas pessoas, entre elas, seu grande amor, e não apenas do crime ocorrido em si. Forma-se a partir daí uma teia de pensamentos envolvendo amor, raiva, intriga, mistério, morte, paixão,... Tudo em volta do que ele imagina ser o foco principal de seu livro: um assassinato.
Com elenco liderado pelo ator argentino Ricardo Darín (interpretando Benjamim Espósito), acompanhado por Soledad Villamil (que interpreta a Dr. Irene Menéndez Hastings) e de Guilhermo Francella (conhecido comediante argentino que surpreende seus fãs nessa atuação de viés dramático interpretando Pablo Sandoval), entre outros, o filme demonstra ter em sua montagem o principal instrumento de sucesso.
Isso é perceptível na medida em que se assiste a exibição de uma história que, apesar de “brincar” constantemente com idas e vindas entre o ontem e o hoje, consegue estabelecer uma cronologia singular na apresentação dos fatos e das personagens.
Apesar de ter uma condução pro lado policial, o filme não exibe perseguições hollywoodianas e tiroteios exacerbados, pelo contrário, substitui esses artifícios por situações cotidianas e porque não dizer, mais simples e parecidas com a realidade.
Talvez a única deficiência existente no filme, e isso pode ser explicado pelo seu orçamento (de aproximadamente 2 milhões de euros), seja na maquiagem que diferencia o passado do presente, ou melhor, apesar de passarem-se 25 anos, não se nota muita diferença nas feições das personagens, a não ser pelos cortes de cabelo ou um ou outro conjunto de fios grisalhos aparente.
Com direção de Juan José Campanella O Segredo dos Seus Olhos (El Segredo de Sus Ojos) é uma das melhores obras cinematográficas que assisti e indico. Sem dúvida, ganhou o Oscar merecidamente e é realmente inteligente.

1. FICHA TÉCNICA:

• Título original: El Secreto de sus Ojos

• Gênero: Drama

•Duração: 02 hs 07 min

• Ano de lançamento:2009

• Site oficial: http://www.elsecretodesusojos.com/

• Estúdio: 100 Bares / Canal+ España / Haddock Films / Tornasol Films / ICAA / INCAA / ICO / TVE / Telefe

• Distribuidora: Sony Pictures Classics / Europa Filmes

• Direção: Juan José Campanella

• Roteiro: Eduardo Sacheri e Juan José Campanella, baseado em livro de Eduardo Sacheri

• Produção: Gerardo Herrero, Juan José Campanella e Vanessa Ragone• Música: Federico Jusid e Emilio Kauderer

• Fotografia: Félix Monti

• Figurino: Cecilia Monti

• Edição: Juan José Campanella

2. ELENCO:

• Ricardo Darín (Benjamin Esposito)

• Soledad Villamil (Irene Menéndez Hastings)

• Pablo Rago (Ricardo Morales)

• Javier Godino (Isidoro Gómez)

• Guillermo Francella (Pablo Sandoval)

• José Luis Gioia (Inspetor Báez)

• Carla Quevedo (Liliana Colloto)

• Rudy Romano (Ordóñez)

• Mario Alarcón (Juez Fortuna Lacalle)

• Mariano Argento (Romano)

• Juan José Ortíz (Agente Cardozo)

• Kiko Cerone (Molinari)

• Fernando Pardo (Sicora)

• Elvio Duvini (Juan Robles)

• Sergio López Santana (Jacinto Cáceres)

• Gabriela Daniell (Alejandra Sandoval)

Veja o Trailler:

De volta a minha infância

Por Mariana Garcia
mari-b-garcia@hotmail.com

Alice no país das maravilhas, um clássico de Walt Disney, que teve sua primeira versão em longa metragem em1951, é baseado na fábula de Lewis Carrol. O filme reaparece em 2010 e mostra uma Alice de 19 anos com a mesma imaginação, numa história renovada e fantástica.A película está fazendo o maior sucesso e já faturou US$ 800 milhões ao redor do mundo.

Idealizado pelo diretor Tim Burton, é um entre vários filmes de sucesso desse diretor marcado pela excentricidade em seus contos de fada. A exemplo de “A Fantástica fábrica de chocolate” remasterizado em 2005, inspirado no livro de Roald Dahl e o “Estranho mundo de Jack”.

A história traz Alice de volta ao mundo das Maravilhas, depois de fugir de um pedido de casamento. A protagonista é interpretada pela atriz (Mia Wasikowska) de 20 anos, que aparece muito bem no papel, demonstrando uma adolescente descontente com a falta de questionamento da sociedade da época.

O cenário colorido e vivo transporta o espectador para um mundo encantado. O figurino é um detalhe muito importante no longa, pois ajuda a compor o encantamento das cenas. A atriz muda em média seis vezes de figurino, tornando o filme uma verdadeira pintura no que diz respeito ao cenário e aos figurinos.A versão em 3D traz a fantasia e os efeitos esperados principalmente na antológica cena de Alice caindo no buraco, muito bem feita inclusive, levando o expectador a desviar dos obstáculos lançados no ar.

Ao voltar ao mundo das maravilhas, Alice tem dificuldades de se lembrar que já esteve lá, aparecendo para os habitantes do local como uma salvação para livrá-los da tirania da rainha vermelha, brilhantemente interpretada por Helena Bonham-Carter.O grande destaque da trama fica por conta do chapeleiro maluco (Johnny Depp), que conduz Alice ao longo do filme.

Em alguns momentos não sabemos direito o que quer dizer suas piadas e frases desconexas mas, ao final do filme têm-se a certeza de que aquele chapeleiro era bem certo da cabeça. A cena mais importante é a que Alice mata o dragão Jaguadarte, libertando os seres fantásticos e trazendo de volta o reinado da Rainha Branca (Anne Hathaway).

A montagem é bem feita, a trilha sonora cantada por Avril Lavigne é fantástica. Todas as músicas estão reunidas no CD Almost Alice, que contém 16 canções executadas na história.Mas quem foi em busca daquele filme da Alice do passado não o encontrou. Na verdade é uma mistura das duas histórias de Lewis Carrol que ser transformou em uma terceira história.A grande mensagem de Alice é que a pessoa pode se tornar adulta e ter sucesso sem precisar perder a sua imaginação, ou seja, seu lado criança.

Veja o Trailler:

Samba Meu - DVD de Maria Rita

Por Caroline G. Barbosa

carolinegbarbosa@msn.com

Na onda que cadencia o samba a ter um lugar especial na cultura Brasileira, Maria Rita lançou, em 2008 seu DVD Samba Meu.
Com base no CD de mesmo nome, lançado em setembro de 2007, Samba Meu exibe até hoje nos palcos brasileiros, um show em que sua protagonista busca romper o estereótipo a ela aplicado em relação à mãe Elis Regina, pelo contrário, Maria Rita aparece de forma mais despojada e porque não dizer, sensual em sua interpretação, tornando-a, por muitas vezes algo extremamente particular.
Hoje o samba tem tentando ocupar novamente o lugar destacado no mercado fonográfico e por conseqüência audiovisual. Muitos cantores, consagrados ou não estão vendo, nesse gênero musical um filão para destacar suas obras no mercado e com Maria Rita não foi diferente.
Acontece que, ao contrário de alguns outros trabalhos, Samba Meu contagia quem o assiste, causando aquela sensação de “poxa, porque eu não estava lá”, sabe, e faz também com que quem o assiste, torne-o peça fundamental em sua rotina de vida, ou seja: assiste-se quando se está feliz, quando se está triste, quando se está ocupado ou quando não se tem nada para fazer. Comigo até hoje é assim. Em pleno ano de 2010, não canso. Por isso resolvi escrever sobre ele.
Isso é percebido até mesmo a quem acompanha Maria Rita em seu Twitter Oficial, o @mroficial, onde a mesma, responde constantemente ao carinho dos fãs em relação a suas apresentações pelo Brasil.
No âmbito técnico, Samba Meu, produzido pela Warner Music Vídeo, mantém o padrão de qualidade de outras obras da artista, sendo, pois, um trabalho qualidade exemplar, sem dúvida.
Porém ressalto que, nenhum dos outros CDs ou DVDs por ela lançados e, aos quais tive acesso, me causaram a sensação relatada acima.
A sensação de querer participar, dançar, extravasar, extasiar com o que vejo e ouço, que Samba Meu quase diariamente me proporciona.
Gravado no Rio de Janeiro, um dos berços do samba brasileiro, o DVD surgiu inicialmente com o propósito de comemorar o sucesso do CD, porém, além disso, a obra adquiriu uma identidade muito maior com que o assiste, especialmente por ter sido gravado ao vivo, possibilitando justamente essa sensação de “pertencimento” e “necessidade”.
Com direção de Hugo Prata, produtor consagrado no ramo audiovisual, e produção da própria Maria Rita, acompanhados de um merecido Prêmio Multishow de "melhor CD", Samba Meu (DVD) trás sucessos como Encontros e Despedidas, Cara Valente e Caminho das Águas numa nova roupagem.
Trás também, novos sucesso como: Tá Perdoado, O Homem Falou e Num Corpo Só.
Destaco também a performance de Corpitcho, pela sensualidade exibida e porque não dizer, “exalada” e Trajetória pela concentração, entrega e estilo da intérprete.
Em resumo, Samba Meu, ao meu ver (e desculpem a redundância proposital) é simplesmente fantástico. Muito mais “que para inglês ver”, mas para brasileiros, brasileirinhos, brasileiríssimos e “brasileirérrimos” assistirem. Pra quem não viu, está mais que recomendado.

Imagem de http://odia.terra.com.br/blog/estudionline/images/setembro_2008/mariaritadvd.jpg

Veja aqui o vídeo Trajetória:

Rebolation: Um possível futuro promissor

Por Morgana Neves
ganahneves@hotmail.com

Sem dúvida, o hit Rebolation, da banda de pagode Parangolé foi o grande sucesso deste carnaval de 2010, além de ter sido uma das músicas mais pedidas nas rádios de Salvador.

Léo Santana, 21 anos, levou o prêmio de melhor cantor e melhor música do carnaval no Troféu Dodô e Osmar deste ano, fora os de 2009, que ganhou como cantor e banda revelação. O clipe da música foi um dos vídeos mais assistidos no youtube no começo de 2010.

A música que tem uma pegada do hip hop americano, também fez sucesso nas paradas de todo o Brasil. Léo Santana, também conhecido como “bebê grande” apareceu em vários programas de TV e foi taxado como “o mais novo símbolo sexual” pelas mulheres mais afoitas. O garoto que veio da periferia de Salvador, do bairro da Boa Vista do Lobato, entrou no Parangolé aos 19 anos. As músicas Favela, Balacobaco e Todinha, transformaram o Parango, como é conhecida a banda aqui em Salvador, numa das melhores bandas de pagode da atualidade, tendo sempre seus fãs lotado os shows, ensaios de verão ou festas de camisas coloridas que se possa imaginar.

O boné virado para trás já virou sua marca registrada. Léo sem boné é a mesma coisa que Bell Marques sem a bandana. Ele cativa a mídia devido a sua história de luta- o menino que saiu da periferia e batalhou na vida para ter um lugar ao sol sem perder as suas origens. O super beijo que deu na cantora de funk carioca Perlla, num ensaio de verão, repercutiu em todo o país, tendo destaque principalmente na mídia soteropolitana.

O beijo que estampou a capa do Correio da Bahia causou rebuliço, até Ivete Sangalo comentou a “sensação” quando abriu o show para a cantora norte-americana Beyoncé, na véspera do carnaval.

Há quem diga que o pagode deprecia a mulher e possui músicas de baixo valor cultural. Porém, não podemos negar a existência e a influência que o pagode possui na música soteropolitana. O axé music, é um exemplo disso. Caetano Veloso repetiu a dobradinha que fez no trio do Psirico este ano. A primeira foi no carnaval do ano passado quando cantou Mulher Brasileira, grande sucesso da banda. Caê também cantou Então cole na corda, outro sucesso do grupo no Festival de Verão em janeiro de 2010.

Que Léo Santana está com tudo agora, ninguém duvida. Espero que a banda continue inovando, fazendo um pagode diferenciado sem cair na baixaria ou nas letras de duplo sentido. Resta saber se o Parango vai continuar bombando daqui alguns anos, sem cair no ostracismo, quem nem Sarajane, que nos primórdios da desconhecida axé music, lançou o sucesso Abre a rodinha, que na época revolucionou cenário musical baiano. Alguém se lembra?